quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Perguntas Ocultas, respostas mais ocultas.

...Sempre tive de viver sozinho.
Aprendi sozinho o que é sentir, reprimir, e ter vontade.
Tudo junto?
Tudo junto.
Mas e quando você vai parar de tentar?
Já nem sei mais. Não sei nem se cheguei a tentar algum dia, mas creio que já parei há tempos. Antes mesmo de tudo começar.
Mas quando você vai reparar que não há o que ou quem abandonar?
Sei que posso abandonar somente uma pessoa, e uma coisa. Mas talvez já os tenha abandonado e mal percebi. Os procurarei daqui semanas e lhe direi se os abandonei ou não.
E quando foi que você percebeu que não há jeito de viver?
Não sei quando, não sei como. Só sei que foi. Acordei e vi. Acordei e me lembrei de algo que não estava antes na minha mente, como num sonho, me entende? Mas nunca o havia sonhado, ou melhor... Nunca cheguei a sonhá-lo.
Foi tudo um sonho?
Não sei... Não sei... Só sei que foi real o bastante para me fazer viver assim... Sozinho.
Uma escolha? Ou você acha que não há jeito?
Ora... agora terei de te dar mais de uma alternativa como resposta... Nunca me houve jeito, simplesmente assim. Logo, optei pelo mais óbvio. Vivi sozinho, e viverei para sempre assim.
És imortal para dizeres assim?
Já procurei pela imortalidade, e já me maravilhei com a possibilidade dela, mas não... não o sou. Creio que se vivesse mais um segundo, acabaria enlouquecendo. É melhor deixar assim, desse jeito, até o fim.
Sabes o que dizes?
Nunca soube. Mas creio que entendo tudo o que já disse, os outros é que não me entendem. Nunca fui compreendido por terceiros.
E por segundos?
Os segundos são aqueles que mais me castigaram. Não ligo de abandoná-los.
Cansa-se da vida?
Todas a vezes.
E do mundo?
Jamais me cansei de algo mais do que me canso dele. Não sei se há salvação, mas sei que ela ainda não foi encontrada.
Você faz diferença?
Não creio que alguém acabe fazendo, no final das contas. Mas se fosse para alguém fazê-la, não seria eu, muito provavelmente...

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