quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Ler ou não ler? Eis a questão.

E um dia lhe disseram o que deveria ler...
Mas não fazia sentido, e ele não conseguiu até agora entender por que ler somente aquilo.
Afinal, a leitura não lhe serviria como fuga? Então por que ler somente o que é, em sua essência mais profunda, realista? Não que não fosse bom o fazer, mas fazer somente isso?
Qual o problema de ler sobre assassinatos? - Eles são muito violentos, e nunca é bom ler sobre eles; lhe diziam. - Mas é mentira. Já que eles não fazem parte de sua vida, muito menos de sua ideologia, nada melhor que ler sobre eles para entendê-los melhor, e até mesmo para lhe criar histórias incríveis, mesmo que mórbidas, em sua cabeça.
Ele nunca entendeu por que tentavam censurá-lo. Era sempre assim.
Chegou a ler muitas vezes peças bem mais realistas, e todas eram satisfatórias. Mas por que se prender à elas? Não seria melhor ter a maior expansão de repertório possível?
Não é sempre que o mundo vai estar pronto para te apresentar algo tão agradável, e nem tudo é como todos querem.
Ler aquilo que o satisfaria? Mas é claro que o fazia, afinal, ler o satisfazia. Sempre o fez. Mas limitar-se? Por quê?
Como ele nunca entendeu, logo se considerou simplesmente diferente, - talvez ele viesse das dimensões e planetas que condenavam - continuou lendo o que quisesse, e considerou os outros mais sábios, por terem o poder de escolher à dedo o que queriam ler.
Talvez não fosse sábio, mas não era limitado.

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