sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Solidão Genuína

Sentir-se sozinho não é um ato totalmente físico, e muito menos consumável. Por isso é algo tão difícil de se aceitar, e até mesmo de se identificar.
Não se pode dizer sozinho ao simples fato de andar sem alguém a sua volta, isso é estar sozinho fisicamente. Todos ficamos assim em algum momento do dia.
Ser sozinho é não ter alguém dentro de si próprio. Sentir a própria ausência. A ausência alheia é consequência.
Não se sabe mais para onde ir, mas não por não saber, por não existir o lugar de destino. A vontade já não te leva mais a nada, porque ela própria já abandonou seu corpo. 
P E R A M B U L A R para sobreviver. Sorrir para evitar explicações. Viver para evitar complicações.
Desistir por puro prazer. Não ter alguém à quem voltar, nem mesmo a sanidade para te guiar de volta.
Aos poucos a solidão se espalha e infecta tudo o que existe. A vida se esvai e tudo se acaba, mas o corpo continua em seu ritual de manhãs mal dormidas, cafés derramados, cargas pesadas, carros apressados, dias cheios, pessoas vazias...
Até que tudo tente se renovar, mas que todos caiamos na mesmice novamente.
Corram as mulheres e crianças, pois eu fico e observo o fim. Quem sabe até consiga sorrir de verdade ao vê-lo. E então não morrerei sozinho.

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