quinta-feira, 8 de abril de 2010

Momento De Revolta (Um Desabafo provavelmente mais forte)

Abrir os Olhos nem sempre é tão fácil quanto parece
E quando você descobre que não pode mais confiar nem em si próprio?
Você já parou algum dia para pensar, ou simplesmente se fazer uma pergunta que não deveria ser tão difícil de responder... "Quem sou eu?". Andei me perguntando muito isso, ultimamente.
Mas logo, outra questão é rapidamente levantada: "Será que eu realmente quero saber isso?"
Será que não seria melhor não podermos nos definir, e continuar a viver, como sempre fizemos? Ignorantes de tudo o que sabemos de nós mesmos (que talvez se resuma ao nada). Será que não seria melhor continuarmos sem saber que no fundo somos todos assim...
Cheguei à conclusão de que eu talvez tenha descoberto quem sou, e não gostei nem um pouco... Não aconselho à ninguem que faça o mesmo, você pode se arrepender.
Descobrir que você é tudo aquilo que você evitou ser, desde o momento em que começou a ter consciência, é muito difícil. Dói extremamente mais do que um tapa na cara. Nunca me senti tão perdido na minha vida. E a pergunta, novamente muda. Agora ela é: "O que devo fazer?"
Talvez devesse pensar em "Quero mudar?", e se quiser, pensar em "Mudar para o quê?", e depois "Como mudar"... Muitos dizem que para mudarmos devemos começar de dentro para fora... É fácil falar, muito mais pensar em como
os outros poderiam mudar.
Bem, dentre os inúmeros pensamentos que me vêm à cabeça no mesmo segundo, um deles é o de que: Talvez eu não devesse mudar... Talvez ser este monstro que eu sempre temi, é simplesmente o que eu deveria ser.

Agora, momento revolts... Por favor quem ler, não se sinta ofendido. Talvez algum dia você entenda meu posicionamento, ou (se você tiver muita sorte) nunca irá entender.
-Somos melhores que alguém?
-Não, não somos. Somos tão insignificantes quanto todos os outros.

Morrer é fácil... Viver é o desafio.
Bem vindo ao mundo, Douglas. Boa sorte.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Portas Fechadas

Portas Fechadas

Então as portas fecharam-se. Sua face jovem, por volta dos 21 anos, era refletida levemente na embaçada e suja janela. Ela estava lá, em pé, sozinha em um dos últimos vagões do metrô. Ela estava cercada por algumas pessoas – o bastante para ainda se ver alguns acentos vazios -, porém ninguém a notara.

Era um caminho longo para a faculdade e ela não tinha nenhuma companhia para conversar. Além de ser uma garota bastante tímida e quieta, naquele fim de tarde não estava a fim de trocar palavras com ninguém.

Nos últimos minutos sua mochila tornara-se um incomodo, apesar de não estar pesada por conter apenas um famoso e interessante livro sobre turismo; um caderno um pouco velho, mas muito bonito e um estojo prático e básico de maquiagem. No entanto, a mochila atrapalhava o tráfego dos passageiros principalmente durante o embarque e o desembarque. Então pensou em sentar-se... E o fez.

Quase que no mesmo lugar em que ela estava, porém no lado oposto a esse do vagão, estava um garoto alto que aparentava ser mais jovem que ela. Ele tinha acabado de completar dezesseis anos, mas tinha um rosto de menino, aparentava ter feito quinze. Apesar de gostar bastante de garotos loiros e mais novos, ela o viu apenas de relance, sem prestar muita atenção.

Ele estava lá, em pé, apoiado em uma das barras de ferro do metrô. Isolado em seu mundo graças a seu mp3 player que tocava músicas de uma de suas bandas favorita, o que como efeito restringia sua atenção apenas às músicas. Ele nem mesmo havia notado que havia uma impaciente senhora que esperava que ele saísse do meio do caminho para que ela pudesse finalmente sair do trem na próxima estação.

O trem então parou novamente. Assim que as sujas portas do metrô se abriram a impaciente senhora, que agora estava mais irritada, o empurrou para que ela passasse, fazendo-o esbarrar em algumas pessoas. A desagradável senhora deixou e trem e naquela estação ninguém embarcou, as portas fecharam-se e o trem mais uma vez partiu.

A atitude agressiva e inesperada daquela “adorável” senhora que acabara de sair o irritou profundamente. Não que o empurrão tivesse machucado ele fisicamente, mas o deprimia pensar que envelhecer poderia privá-lo de educação. Então, após essa desagradável situação decidiu sentar-se no banco mais vago próximo – não que isso fosse muito melhor, no entanto, pelo menos ninguém o empurraria novamente.

Depois da confusão causada pela desagradável senhora que a pouco deixara o trem, Ela o notou. Apesar de ele não ser um deus grego e não possuir um corpo musculoso, ela gostou bastante daquele rosto ingênuo, mas que de algum jeito transpirava luxúria. Desde então começou a prestar atenção nele e disfarçadamente continuou observando-o. Distraído como sempre ele não a notou e continuou apenas ouvindo seu mp3 e prestando atenção nas letras das músicas que traduziam a raiva que sentia daquela senhora que o constrangera.

Aquele vagão era marcado pelo silencio gerado por dezenas de pessoas entradas em si mesmas e/ou isoladas por algum livro ou aparelho eletrônico. Der repente um barulho quebrou o silencio que reinava, neste momento, ele se assusta e para de prestar atenção nas musicas, quando pega seu celular para ler a mensagem, Ele percebe os olhares dela que seguem cada movimento de seu corpo. Envergonhada e ao mesmo tempo feliz porque Ele enfim a notara, Ela pega o livro em sua mochila para disfarçar e assim, continuar olhando-o. Assim, mantém seu ansioso e atento olhar, hora sobre ele, hora sobre o livro. Aquela carinha de bebê a fascinava, o rosto quase que sem barba, o cabelo moreno e liso – apenas um pouco enrolado próximo às pontas - e atitudes, como algumas mexidas no cabelo a excitavam. Apesar da pouca idade, era um garoto bastante sedutor.

Enquanto Ele lê a mensagem, disfarçadamente algumas vezes olha para ela e percebe que os olhos dela traduzem todo o desejo que ela sente por ele, então ele deixa a mensagem que não era muito importante de lado e guarda o celular. Ele começa a sentir-se desejado e também começa a desejá-la. Ela, uma loira de traços bem definidos e que mesmo nos seus vinte e poucos anos aparentava apenas 18, vestia uma blusinha levemente decotada que discretamente revelava seus seios médios e bem arredondados - impossíveis de serem esquecidos – que ficaram definitivamente nos pensamentos dele.

Enquanto o Sol se põe o trem aproxima-se da estação que ela normalmente desce, ela se levanta e anda calmamente em direção a ele. Os corações de ambos batem mais forte e rapidamente, principalmente o dele. Ela pára em frente a ele, puxa a firme e grande mão dele; ele se levanta e, sem dizer uma palavra ele a segue.

As portas se fecham, porém dessa vez eles estão fora do trem.


Renato Souza Alves

Wonders of Despair

Wonders of despair

I dream of a plain of ice
That is like your heart
I hear your voice twice
I feel the presence of dark
In the echoing choice
Resounding into the distance
An embracing black voice
As gloomy as the death’s dance

Thy beautiful deadly face
Brushing towards my screaming pain
My increasing wildly disgrace
O’er and o’er again
Your bloody sweetness
The taste beyond wine
Raise my own loneliness
You not ever be mine

Renato Souza Alves

Desabafo

Será que vale a pena tentar?
Tentar viver...
Ou deveríamos simplesmente nos entregar?
Descobri que a tentação não é pouca, nossos momentos fracos são imensamente mais predominantes do que os momentos persistentes e fortes.
Quando fracos, estamos frágeis e sujeitos à sempre ficarmos mais fracos.
Quando "fortes" estamos ainda mais sujeitos à ficarmos muito mais fracos, pois a queda é maior ainda.
Depois de tanta reflexão, chegamos ao velho dilema, à velha questão deixada por nosso querido Shakespeare, ou melhor, por nosso querido Hamlet: "Ser ou não ser? Eis a questão."
Será que algum dia saberemos as respostas para estas perguntas? Algum dia alguém poderá afirmar que vale à pena viver, ou que não vale?
Enquanto esperamos, vamos vivendo e não vivendo. Ganhando e sempre perdendo, esperando por algo que ninguém realmente sabe o que é.
Provavelmente esperamos trabalhar para viver, e viver para trabalhar, e logo depois esperar a morte, quem sabe, ainda trabalhando.
Essa é a tão merecida e maravilhosa vida que todos procuramos, ou é simplesmente um protótipo de uma? Uma mera preparação?
Essas são só algumas questões que ficam na minha cabeça muitas vezes... Então resolvi escrever aqui. Se alguém souber a resposta de alguma delas, por favor, me ligue, hahah.