domingo, 28 de outubro de 2012

Não me obrigue, porque não vou.

Não me faça dizer mais nada, por favor. Não quero mais.
Não vou mais andar, dizer, comer, me defender, e não quero mais dizer por que também!
Se perguntarem, diga que cansei. Cansei de tudo o que me apetece e de tudo o que me cerca. Cansei até mesmo do direito à palavra.
Cansei da busca, e principalmente da espera. Espera por algo melhor. Todos me dizem para ter paciência, mas quem na verdade a tem? Com quem posso aprender tudo na vida?
Quando vou saber que estou pronto? Quando vou saber que me amam?
Não dá pra prorrogar? Então, que tal antecipar? Não? Teremos de fazer tudo do jeito que é?
É claro que não... nada é do jeito que é.
Me prometeram me ensinar a chorar... Ninguém cumpriu. Não vou mais esperar. Vou chorar sozinho, e dessa vez não quero ajuda.
Não quero motivos, e não quero desculpas. Não me venha com palavras porque elas, obviamente, não estão fazendo muito sentido ultimamente. Não quero o que sempre quis, nem o que todos querem. Não me venha mais com o corpo e mente, eu quero é distância.
Não me venha com a voz nem a rouquidão. Não quero mais ouvir nada.
Não venha me convencer de que 1 e 1 são 2, porque não quero o que é racional, nem quero o irracional. Pensar não é o que quero.
Não quero ver seu balançar, nem ver seu lindo rosto. Jamais quis... foi só por diversão. Diversão tua de me ver sofrer, e de me fazer de criança. Agora espero que quem sofra seja você. Mas não te desejo nem metade do que passei, porque sua fraqueza não suportaria.
Vou deitar-me e esperar que tudo passe. Mesmo não querendo mais esperar, sou obrigado. Essa agonia que me toma conta não me deixa fazer nada mais, nem lutar contra tudo e todos.
Eu quero mais é parar.

domingo, 14 de outubro de 2012

Decepção de si mesmo.

E quando você diz que é o bastante, escuta outra voz dizendo que não... Nunca é o bastante, continue andando, continue buscando por algo totalmente diferente. Vá em frente, você ainda não conhece nem metade do que pode.
Mas até onde vale a pena andar e conhecer? Até onde pode-se dizer que está ganhando?
Ultrapassar limites só traz momentos pensativos, mas não dos bons, e sim daqueles que beiram o arrependimento.
Não cheguei ao arrependimento, mas estou bem próximo à decepção.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Solidão Genuína

Sentir-se sozinho não é um ato totalmente físico, e muito menos consumável. Por isso é algo tão difícil de se aceitar, e até mesmo de se identificar.
Não se pode dizer sozinho ao simples fato de andar sem alguém a sua volta, isso é estar sozinho fisicamente. Todos ficamos assim em algum momento do dia.
Ser sozinho é não ter alguém dentro de si próprio. Sentir a própria ausência. A ausência alheia é consequência.
Não se sabe mais para onde ir, mas não por não saber, por não existir o lugar de destino. A vontade já não te leva mais a nada, porque ela própria já abandonou seu corpo. 
P E R A M B U L A R para sobreviver. Sorrir para evitar explicações. Viver para evitar complicações.
Desistir por puro prazer. Não ter alguém à quem voltar, nem mesmo a sanidade para te guiar de volta.
Aos poucos a solidão se espalha e infecta tudo o que existe. A vida se esvai e tudo se acaba, mas o corpo continua em seu ritual de manhãs mal dormidas, cafés derramados, cargas pesadas, carros apressados, dias cheios, pessoas vazias...
Até que tudo tente se renovar, mas que todos caiamos na mesmice novamente.
Corram as mulheres e crianças, pois eu fico e observo o fim. Quem sabe até consiga sorrir de verdade ao vê-lo. E então não morrerei sozinho.